Desde adolescente sonhava em fazer a viagem dos meus sonhos. Quando completei vinte anos e passei para a faculdade para cursar Comércio Exterior os meus pais me presentearam com uma passagem de ida e volta para Londres.
Passaria três meses conhecendo vários lugares e tinha feito um roteiro dos locais que poderia ficar, para passear, para comer e que pudesse economizar ao máximo os dois mil dólares que estava levando.
Chegou o grande dia da minha partida e com minha bagagem de mão e uma mala lá fui eu levantando vôo e seguindo em direção ao mundo que até aquele momento estava em meus sonhos e agora se tornaria um mundo real.
Depois de nove horas no ar estava euzinha, Regina Assumpção, pousando em Londres e descendo as escadas onde finalmente colocaria meus pés em terras inglesas.
Fui direto para o balcão me identificar e depois de liberada e com a mala em mãos o que mais queria era ligar para meus pais e avisar que já tinha chegado e estava tudo bem.
Logo no saguão do aeroporto havia umas cabines com telefones onde liguei para casa e deixei todos tranqüilos e satisfeitos.
Quando estava pegando a mala um rapaz olhou para mim e perguntou:
- Olá como vai? Pelo pouco que ouvi você é brasileira.
- Sim sou e você também é. Moras aqui em Londres? Perguntei de curiosidade.
- Sim moro aqui e vim esperar um amigo que chegaria hoje, mas seu vôo foi adiado para amanhã. Só me resta ir embora e voltar amanhã novamente. Vai pegar o metrô? Perguntou firmemente.
- Sim vou e até estou um pouco confusa, mas fiz meu roteiro e quero ir para South Kensington.
O rapaz foi muito gentil ficando de me orientar e ainda me ajudou carregando a mala. Pegamos o metrô e fomos conversando. Após algum tempo ele disse para irmos caminhando para frente que seria mais fácil de saltar e disse para eu ir à frente e assim o fiz. Fui caminhando pedindo licença com o meu portinglês e sempre procurando olhar para não pisar nos outros. Chegando ao final do vagão olhei para trás e levei um susto, pois não avistava mais o rapaz e o metrô tinha parado numa estação que nem sabia qual era.
Fui atropelando todo mundo a procura do rapaz e nada de encontrá-lo. Parei comecei a raciocinar e ver que havia cometido a pior das infantilidades. O rapaz desaparecera com a minha mala e o mais incrível de tudo é que meus documentos, meu passaporte, meu dinheiro estava tudo nela e agora eu me encontrava perdida e sem um documento em plena estação do Metrô de Londres.
Saltei na próxima estação, fui até o banheiro e lá cai no choro, mas depois me refiz e disse para mim mesma que não ligaria para casa porque sabia que meus pais me mandariam a passagem para voltar imediatamente e arruinaria tudo que planejara, que sonhara por tanto tempo.
Decidi passar aquela noite ali mesmo dentro da estação como já havia visto em tantos filmes. Comecei a pesquisar o local para saber aonde poderia descansar um pouco e me refazer de tudo que acontecera. Estava com fome, mas havia matado a minha sede bebendo água do bebedouro e não iria morrer por não comer por uma noite. Na minha bolsa só tinha uma toalha de mão, uma nécessaire com escova e pasta de dentes e um batom.
Sentei num dos bancos da estação e quando fui colocar a bolsa achei um saquinho de biscoito aberto. Olhei e sem pensar duas vezes peguei e guardei na bolsa para beliscar quando a fome apertasse.
Já passava da meia noite e os metrôs diminuíram a sua freqüência fazendo com que eu pegasse no sono.
Sentindo algo bater nos meus pés pulei do banco em que estava deitada acordando com o susto. Era uma folha de jornal que o vento fez chegar até ali. Peguei para tentar ler o que dizia, mas o meu pouco inglês me fez entender que no Brasil havia chovido muito provocando uma tragédia na Região de Petrópolis e Teresópolis. Olhei as fotos que mostravam as vítimas sendo recolhidas de dentro dos escombros.
Essa notícia me fez voltar à realidade da minha situação e também a chamar atenção para o meu estômago que roncava de fome. Lembrei do saquinho de biscoito e o devorei em segundos.
Esperei clarear o dia e arrisquei sair e começar a conhecer as redondezas por onde me encontrava. Precisava encontrar algum trabalho que me aceitasse sem precisar mostrar meus documentos. Tinha que achar uma solução para continuar a minha viagem.
Pensei muito e comecei a procurar emprego nas lanchonetes e restaurantes que haviam em quase todos os lugares. Passei quase a metade do dia entrando e saindo dos estabelecimentos e sempre a mesma resposta de que não havia vaga disponível.
Disse para mim mesma que continuaria por mais um quarteirão e depois desistiria e voltaria para o metrô tentando que uma alma caridosa me pagasse à passagem para entrar e ficar lá por mais uma noite.
Estava aflita, mas não queria me entregar e nem queria pensar em sentir medo e angústia. Dizia para mim mesma;
- Regina aguenta firme só mais este dia que amanhã a sorte vai sorrir para você.
Foi assim que segui em frente para continuar a minha busca por uma oportunidade de emprego para uma jovem corajosa, viajando por um lugar desconhecido, mal conhecendo a língua, mas carregando no coração um grande sonho de vencer.
Passaria três meses conhecendo vários lugares e tinha feito um roteiro dos locais que poderia ficar, para passear, para comer e que pudesse economizar ao máximo os dois mil dólares que estava levando.
Chegou o grande dia da minha partida e com minha bagagem de mão e uma mala lá fui eu levantando vôo e seguindo em direção ao mundo que até aquele momento estava em meus sonhos e agora se tornaria um mundo real.
Depois de nove horas no ar estava euzinha, Regina Assumpção, pousando em Londres e descendo as escadas onde finalmente colocaria meus pés em terras inglesas.
Fui direto para o balcão me identificar e depois de liberada e com a mala em mãos o que mais queria era ligar para meus pais e avisar que já tinha chegado e estava tudo bem.
Logo no saguão do aeroporto havia umas cabines com telefones onde liguei para casa e deixei todos tranqüilos e satisfeitos.
Quando estava pegando a mala um rapaz olhou para mim e perguntou:
- Olá como vai? Pelo pouco que ouvi você é brasileira.
- Sim sou e você também é. Moras aqui em Londres? Perguntei de curiosidade.
- Sim moro aqui e vim esperar um amigo que chegaria hoje, mas seu vôo foi adiado para amanhã. Só me resta ir embora e voltar amanhã novamente. Vai pegar o metrô? Perguntou firmemente.
- Sim vou e até estou um pouco confusa, mas fiz meu roteiro e quero ir para South Kensington.
O rapaz foi muito gentil ficando de me orientar e ainda me ajudou carregando a mala. Pegamos o metrô e fomos conversando. Após algum tempo ele disse para irmos caminhando para frente que seria mais fácil de saltar e disse para eu ir à frente e assim o fiz. Fui caminhando pedindo licença com o meu portinglês e sempre procurando olhar para não pisar nos outros. Chegando ao final do vagão olhei para trás e levei um susto, pois não avistava mais o rapaz e o metrô tinha parado numa estação que nem sabia qual era.
Fui atropelando todo mundo a procura do rapaz e nada de encontrá-lo. Parei comecei a raciocinar e ver que havia cometido a pior das infantilidades. O rapaz desaparecera com a minha mala e o mais incrível de tudo é que meus documentos, meu passaporte, meu dinheiro estava tudo nela e agora eu me encontrava perdida e sem um documento em plena estação do Metrô de Londres.
Saltei na próxima estação, fui até o banheiro e lá cai no choro, mas depois me refiz e disse para mim mesma que não ligaria para casa porque sabia que meus pais me mandariam a passagem para voltar imediatamente e arruinaria tudo que planejara, que sonhara por tanto tempo.
Decidi passar aquela noite ali mesmo dentro da estação como já havia visto em tantos filmes. Comecei a pesquisar o local para saber aonde poderia descansar um pouco e me refazer de tudo que acontecera. Estava com fome, mas havia matado a minha sede bebendo água do bebedouro e não iria morrer por não comer por uma noite. Na minha bolsa só tinha uma toalha de mão, uma nécessaire com escova e pasta de dentes e um batom.
Sentei num dos bancos da estação e quando fui colocar a bolsa achei um saquinho de biscoito aberto. Olhei e sem pensar duas vezes peguei e guardei na bolsa para beliscar quando a fome apertasse.
Já passava da meia noite e os metrôs diminuíram a sua freqüência fazendo com que eu pegasse no sono.
Sentindo algo bater nos meus pés pulei do banco em que estava deitada acordando com o susto. Era uma folha de jornal que o vento fez chegar até ali. Peguei para tentar ler o que dizia, mas o meu pouco inglês me fez entender que no Brasil havia chovido muito provocando uma tragédia na Região de Petrópolis e Teresópolis. Olhei as fotos que mostravam as vítimas sendo recolhidas de dentro dos escombros.
Essa notícia me fez voltar à realidade da minha situação e também a chamar atenção para o meu estômago que roncava de fome. Lembrei do saquinho de biscoito e o devorei em segundos.
Esperei clarear o dia e arrisquei sair e começar a conhecer as redondezas por onde me encontrava. Precisava encontrar algum trabalho que me aceitasse sem precisar mostrar meus documentos. Tinha que achar uma solução para continuar a minha viagem.
Pensei muito e comecei a procurar emprego nas lanchonetes e restaurantes que haviam em quase todos os lugares. Passei quase a metade do dia entrando e saindo dos estabelecimentos e sempre a mesma resposta de que não havia vaga disponível.
Disse para mim mesma que continuaria por mais um quarteirão e depois desistiria e voltaria para o metrô tentando que uma alma caridosa me pagasse à passagem para entrar e ficar lá por mais uma noite.
Estava aflita, mas não queria me entregar e nem queria pensar em sentir medo e angústia. Dizia para mim mesma;
- Regina aguenta firme só mais este dia que amanhã a sorte vai sorrir para você.
Foi assim que segui em frente para continuar a minha busca por uma oportunidade de emprego para uma jovem corajosa, viajando por um lugar desconhecido, mal conhecendo a língua, mas carregando no coração um grande sonho de vencer.
RSantos
4a. edição de Mochileiro
Tema : Livre
Nesta edição estão inclusos os resumos das três edições anteriores
* Iniciei o Diário de Mochileiro nesta edição (4a.) onde esta e as demais edições poderão ser acompanhadas AQUI *
(guia "Diário de Mochileiro Lost in London" na parte superior)
imagem da NET
Ainda bem que Regina não ligou para os pais.Estragaria tudo.No fim deu certo e ela aprendeu muito bem a se virar.Lindo!beijos,chica
ResponderExcluiraaaaaa tadinha D:
ResponderExcluirOii querida !
ResponderExcluirGostei do seu blog.
Visite o meu:
http://xxx-memories-xxx.blogspot.com/
Se gostar pode seguir, serás bem vinda lá.
Beijoos.