domingo, 27 de novembro de 2011

" Feliz aniversário para Chica "



"Sua família era seu maior tesouro"

 
Um homem obcecado pelo trabalho, Antony era um empresário de sucesso e sempre envolvido em seus negócios o tempo que dedicava à família era quase que nenhum. Quanto mais dinheiro ganhava não o deixava satisfeito e a ambição que tinha parecia doentia.

Naquele dia por volta das 18 horas atendeu uma ligação em seu celular. Do outro lado da linha uma voz masculina com tom de malandro explodiu no seu ouvido dizendo:
- Meu chapa quero avisar que é um seqüestro. Estou com sua esposa e sua filha, não desligue o celular e não tente avisar a polícia.

Para confirmar o que diz o bandido coloca ao celular uma voz de menina chorando e pedindo socorro.

Em pânico ele chama pelo nome da menina e pergunta pela esposa e aí o bandido volta a falar:
- Senhor, sua filha Sabrina e sua esposa estão comigo e se não colaborar nós vamos barbarizar com elas, a garotinha e sua mãe são muito bonitas e gostosas. Agora escuta bem o que quero é dinheiro e tem que ser agora ouviu?

Apavorado e sem saber como agir ele desliga o celular. Depois é que percebera o erro que cometera e cobrindo o rosto com as mãos começa a chorar.

Estava de uma forma que não conseguia raciocinar, tentava se acalmar e colocar os pensamentos em ordem. Estava difícil e a aflição e desespero aumentavam. Apertava as mãos na cabeça pedindo ajuda a Deus para que o seqüestrador voltasse a ligar e ele conseguisse conversar com mais calma e acertar a entrega do dinheiro.

O celular não tocava e isso o estava levando a loucura, olhava para o relógio e só via o tempo passar imaginando o que poderiam estar fazendo com sua esposa e filha.

De repente, como um milagre, lembrou que sua esposa avisara que depois que pegasse a Sabrina no curso de inglês iria visitar a mãe no hospital, pois estava se recuperando de uma cirurgia vascular.

Rapidamente pensou que poderia ter sido um blefe aquela ligação e correu para ligar para o celular da esposa. Para sua felicidade ela atendeu e aí disparou com uma série de perguntas.

- Sonia, meu amor você está bem? A Sabrina está com você? Está tudo bem? Estão no hospital ainda?
- Estamos saindo do hospital, está tudo bem e estamos indo para casa. O que está acontecendo para você me encher de perguntas?
- Estou indo para casa também e te explico pessoalmente.
- Vai chover hoje para você estar saindo a esta hora. Independente do que aconteceu estou muito feliz em podermos jantar juntos.
- Vou jantar com vocês e quero estar mais presente a partir de agora. Até já meus amores.

Que susto levara e quantos casos parecidos com este já tomara conhecimento. Tinha servido de lição para tomar mais cuidado, pois o bandido sabia o seu celular e sobre sua família. Será que estava sendo vigiado?

Lembrou-se dos tempos em conhecera Sonia. Estudavam na mesma Faculdade e todas as tardes voltavam juntos de bicicleta. Aquela cena passou pela sua mente como se fosse à cena de um filme. Logo que a conhecera ficou irradiante com a sua beleza e alegria contagiante. Foi amor a primeira vista, casaram-se e construíram uma família que era o seu maior tesouro.

Tinha muito que pensar e mudar na rotina de sua vida. O mais importante era se dedicar mais a sua família e não fazer do trabalho uma obsessão. Com certeza começaria uma nova vida e com isso evitaria o assédio de pessoas do mau.

 Rsantos
26ª Edição Começo e Fim
Temacomeçar com "E" e terminar com "u"
20ª Edição Visual


sábado, 5 de novembro de 2011

" Momentos Difíceis "


Boquiaberto com o turbilhão de acontecimentos que surgiram Alberto já não sabia mais que rumo tomar na sua vida.

- Como vou poder me manter aqui se nem um teto vou ter para morar? começou a se questionar.

Acabara de receber uma carta judicial informando que tinha uma semana para liberar o apartamento conjugado onde residia.

Há dois anos decidiu aceitar uma oportunidade de trabalhar em Londres em uma empresa de Auditoria. Acabara de se formar em Economia e vislumbrou não só um bom emprego para crescer profissionalmente, mas também a chance de seguir sua própria vida, ir morar sozinho e tomar suas próprias decisões.

Tudo correu muito bem até o dia que foi surpreendido com a sua demissão da empresa. No início não ficou muito preocupado, pois o dinheiro que recebera de indenização lhe manteria por alguns meses.

Estava terminando um curso de especialização que tinha um custo mensal razoável, mas continuou a freqüentar para somar pontos a sua carreira.

Passou por diversas entrevistas com promessas de chamá-lo, mas o tempo foi passando e o dinheiro acabando. Vinha relutando para não ter que trabalhar em outra atividade fora do seu ramo ou até inferior e isso só veio a contribuir para o seu rombo financeiro. Chegou a um ponto incontrolável e estava prestes a pedir ajuda aos pais, mas seu orgulho impedia de fazê-lo.

Alberto se manteve firme com esse orgulho somado a uma teimosia a toda prova. Agia da maneira que achava melhor apesar dos amigos alertarem, ajudarem vendo alguns trabalhos avulsos para que conseguisse pagar suas dívidas e se manter nessa fase.

Hoje estava ali olhando pela janela, preocupado em aparecer alguém para despejá-lo. As opções que tinha eram poucas, mas eram as mais corretas nesse momento atual. Tinha que deixar o seu orgulho de lado e aceitar as ofertas de trabalhos avulsos para, pelo menos, poder pagar um quarto para morar e se manter o mais simples possível. E para acertar a sua dívida não tinha outra saída a não ser a de pedir ajuda aos seus pais.

Para Alberto era uma situação que nunca pensara enfrentar, mas aprendera que na vida não podemos ser donos da verdade e dificuldades todos estão sujeitos a passar.

Temos que saber levantar e recomeçar mesmo que para isso seja preciso lavar prato. Ouvira muito de seu pai as situações porque passara na vida e sabia que nunca esmorecera, sempre foi batalhador, guerreiro o que o levou ao sucesso como empresário.

Seu pai era o exemplo vivo para o qual nunca abrira os olhos, mas agora tinha aprendido a lição e sabia que para construir uma vida de sucesso precisava, não só de sua capacidade, mas também de sua família e de seus amigos porque sozinho não seria ninguém na vida. Ainda bem que acordou a tempo, pois se continuasse com sua teimosia e orgulho a sua vida seria um total desastre.

RSantos



19ª Edição Visual
Foto:   http://migre.me/5ZzRc
25ª Edição Começo e Fim

Temacomeçar com "B" e terminar com "e"  

sábado, 22 de outubro de 2011

" Quem sabe. . . "

Foto:   http://migre.me/5TG9A
As lojas da estação do metrô em dia de domingo não abrem e nem parei para pensar nisso. Estava indo para a casa dos meus pais que completavam 40 anos de casados e convidaram a todos os filhos e noras para um almoço de comemoração.

Tinha que comprar alguma lembrança para os velhos, mas agora o que me restava era tentar encontrar alguma floricultura aberta para, pelo menos, levar um lindo arranjo de flores. Era meio desligado para essas coisas além de ser o único filho solteiro morando sozinho e sonhando um dia em ser um escritor famoso.

Trabalho no Jornal da Cidade como cronista da coluna social.  Um jornalista que para conseguir uma boa matéria freqüentava os eventos sociais que rolavam pela madrugada.

Uma vida que estava acabando comigo e o dinheiro que conseguia ganhar mal dava para o gasto. Eu era um jovem, passando fome e bebendo e tentando ser um escritor.  Sim era e sou isso tudo, mas sou teimoso e não desisto do meu sonho.

Estou entregue a criação de um livro que será o primeiro de uma grande série de aventuras e ficção. Tem dias que a minha imaginação viaja nessas aventuras e não vejo o tempo passar. Sentado a escrivaninha e na frente de um caderno e de um computador traço os momentos mais marcantes do meu herói. Preciso me controlar para não pegar em uma bebida e procurar me alimentar de uma maneira mais saudável, pois sei que não chegarei a lugar nenhum vivendo da forma que estou.

Estar indo ver meus pais, meus irmãos e poder estar junto com a família em um belo almoço familiar era um momento que me fazia muito bem. Renovava minhas energias, recebia muito carinho e incentivo, mas também tinha o lado dos questionamentos sobre a minha vida.

Era um mar de perguntas, de sugestões, de broncas, de querer saber o porquê não tinha uma companheira, porque não tinha isso, aquilo e ficava ali naquela berlinda jogando confetes para um lado, para outro e procurando manter a calma. Quem sabe um dia deixo de jogar confetes para contar minhas glórias. Quem sabe...   


RSantos

"Um escritor é aquele que brinca com as palavras, 
que escreve com a alma além do coração" 


18ª Edição Visual
20ª Edição Gênero-Situação
"Eu era um jovem, passando fome e bebendo e tentando ser um escritor
24ª Edição Começo e Fim.
Começar com "A" e terminar com "..."

sábado, 8 de outubro de 2011

" Um incêndio e seus contratempos"


Todos estavam dormindo na hora em que ocorreu uma explosão em uma das casas do Condomínio onde moravam os meus pais. O barulho e abalo que provocara foi tão forte que além do susto deixou seus morados em pânico.

O corpo de bombeiros foi logo acionado chegando rápido ao local. Foram logo cercando o lugar atingido e as casas vizinhas. Os carros dos Bombeiros ficaram em frente ao local. Um deles mantinha um holofote iluminando toda a região que estava totalmente às escuras.

Uma equipe de bombeiros estava mais afastada tentando isolar o local e também retirando os moradores das residências próximas a casa em chamas.


Felizmente a casa estava vazia, pois seus moradores tinham viajado para o exterior aproveitando suas férias. O que se suspeitava ter ocorrido era a explosão do aquecedor de gás de um dos banheiros.


Fui avisada por um dos vizinhos que tinha meu telefone. Ele ficou preocupado, pois a casa ficava colada a dos meus pais e os Bombeiros estavam esvaziando os moradores e eles não queriam sair da casa. 


Ainda bem que morava perto e já sabia do gênio dos meus velhos e da  adoração que tinham por aquela casinha. Era o mundinho deles onde cuidavam do jardim, tinham a sua cachorrinha Dolly e uma vida cheia de atividades. O condomínio permitia participarem de vários eventos como caminhadas, ginástica para a terceira idade, danças de salão e muitas outras.


A vida com o tempo inverte as posições e os filhos é que passam a ter que cuidar dos pais. Apesar das artes que aprontavam eu os amava muito e já sabia que ia escutar um discurso até o dia amanhecer. 


Quando fui chegando eles já estavam do lado de fora conversando com os bombeiros e pareciam estar bem e muito calmos. Assim que me avistaram arregalaram os olhos e foram logo perguntando:
- Filha o que está fazendo aqui a esta hora? Aconteceu alguma coisa? 
Escutei o que perguntaram e nem dei bola. Olhando uma cena daquelas era para me deixar é muito nervosa. Ah,esses meus pais são uma comédia!


Rsantos




23ª Edição Começo e Fim.
Tema: começar com "T" e terminar com "!"
17ª Edição Visual
Foto: http://migre.me/5MkyT

sábado, 24 de setembro de 2011

" Os passeios de domingo "


O domingo era um dia muito especial na vida de Teresa e suas filhas. Bem cedinho pegavam o ônibus para visitar o papai João no Hospital que fica distante da cidade de onde moravam.

Há muitos anos ele convivia com problemas renais passando por hemodiálises cada vez mais constantes. Depois dos médicos tentarem de tudo não havia mais como salvar seus rins. A família tinha feito todos os testes para saber se podiam usar um dos seus, mas não eram compatíveis. Precisava urgente de um transplante e estava na fila a espera de um doador.

Ocupavam sempre o último banco. Enquanto a mamãe ficava sentada do lado da porta as três irmãs, Tatiana, Tânia e Telma, se punham de joelhos para ficarem olhando o movimento da rua pelo pára-brisa traseiro. Passavam uma hora de viagem conversando coisas da escola, dos seus sonhos de menina e de tanta coisa que a mamãe Teresa não sabia de onde vinha tanto assunto.

Quando percebiam que já estava quase chegando começavam a olhar para os carros que passavam na esperança que em um deles alguém estivesse trazendo um rim para o papai.
Este domingo o ônibus estava vazio e nos bancos à frente estavam dois homens que também costumavam ir visitar parentes no mesmo hospital.

Quanta pergunta Teresa fazia para si mesmo, pois sua preocupação era cada vez maior. Sentia muita falta de seu marido e queria que ficasse bom logo. Sentia uma tristeza muito grande e também uma insegurança em ter a responsabilidade de criar e educar sozinha suas filhas.

Queria ter mãos firmes para segurar as rédeas no caminho certo. Queria não sentir medo diante das crueldades que presenciava no seu dia a dia. Queria ter forças para proteger suas filhas enquanto eram tão inocentes e indefesas. Queria poder estar mais calma, queria deixar de chorar e ter olhos que não procurem alguém no meio da multidão e sim que olhem para os céus e enxerguem uma luz divina e abençoada.

E assim passava semana a semana seguindo a mesma rotina, com os mesmos passageiros e com as mesmas perguntas de sempre que confortavam um pouco o seu coração. Será que os seus parentes também aguardam um doador de rim? Será que o meu querido João hoje vai estar melhor? Será que já chegou a sua vez para receber um rim e fazer o transplante?

RSantos

Participação Projeto Creativité
18ª Edição Gênero - Situação
"olhos que não procurem alguém no meio da multidão"
22ª Edição Começo e Fim
"Começar com "O" e terminar com "?"
16ª Edição Visual

sábado, 20 de agosto de 2011

" Doces caseiros "


Doces caseiros são saborosos
Tão deliciosos que tudo comemos
Deixando os potes vazios
E lambendo os dedos.
Rene Santos
* * * * * *

20ª Edição Foto-Frase
Tema: doces

sábado, 13 de agosto de 2011

"Uma carta cheia de emoção "


Luis estava a um mês em Londres fazendo um curso de extensão em Comércio Exterior. Faltava ainda dois meses para a sua conclusão e o tempo corria enquanto estava em aula, mas nas folgas batia a saudade de casa, de sua família e de seus amigos.


Olhando a caixa do correio encontrou uma carta o que muito o alegrou. Subiu direto para o seu apartamento e sentando em sua cama foi logo abrindo o envelope que continha várias fotos de seus primos Marcelo e Felipe.

- Ah Ah!!! Esses caras são loucos das idéias e de cara cheia então imagino o que não aprontaram, falou Luis em voz alta, curtindo as fotos e recordando dos momentos que estava presente nessas noitadas.

Pegando a carta começou a ler o que escreveram que com certeza foi regado a uísque, pois as letras estavam borradas.

Apesar das palhaçadas que contavam ficou emocionado quando leu esse trecho:
“Luis meu amigão
Estamos te vendo daqui do Brasil!
O pessoal caprichou nas fotos
Assim que você voltar
Vamos estar aqui te esperando.”

Luis estava feliz porque foi uma carta cheia de emoção e muito bem vinda.  Conseguiu matar um pouquinho da saudade que sentia de estar longe de casa. Sabia que era por pouco tempo e qualquer notícia que recebesse era um alento para que chegasse logo o dia de seu regresso.


RSantos


13a. Edição Visual

" O CÉU AZUL "


"A lua cheia brilha no céu azul
iluminando a noite com sua luz."

RSantos

19a. Edição Foto-Frase
Um lugar que você foi
Mangaratiba / RJ
Resort Hotel

Usada na 8ª Edição Foto frase
Foto de minha autoria
Mangaratiba / RJ

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

" Sem Palavras "




Medir as palavras é importante quando você vive em um ambiente social e eu estava sentindo na pele o efeito de expor a minha opinião sem usar máscaras.

A sociedade através de pessoas que só tem olhos para os valores materiais e gostam de ostentar, de aparecer para levar vantagem nos impõem atitudes injustas e que não condizem com a vida de um ser humano. Como posso aceitar viver num meio onde as pessoas se toleram usando de hipocrisia e falsidade?

O que me levou a estar vivendo deste meio e neste ambiente de poderosos foi porque o meu amor vive nele, são suas raízes e é natural que esteja acostumado a não abrir a boca para falar o que sente e sim o que eles querem ouvir. Ninguém escolhe por quem seu coração vai se apaixonar e talvez a minha força esteja neste forte sentimento que nos une.

A família estava toda reunida em comemoração ao aniversário de meu sogro. Organizaram uma super festa e lá estava eu com meu marido com um dos meus melhores vestidos e procurando ser agradável e atenciosa. Depois do almoço todos se reuniram na sala de estar para um bate papo e tomarmos um café. Estava sentada no sofá quando a minha sogra junto com uma amiga sentou ao meu lado e fazendo as devidas apresentações falou:
- Gostei muito do seu vestido, mas bem que podia ser menos decotado minha filha. Estou observando que toda hora ficas segurando para não cair. Esse vestido não fica bem em qualquer um.

Sabia que ela estava me provocando, pois há algum tempo atrás eu disparava a falar o que achava. Como seria bom ela provar para sua amiga que eu não era a esposa ideal para seu filho, mas aprendi que para ser feliz era melhor ficar calada. Aprendi que a melhor resposta era “sem palavras”.

RSantos


80ª Edição Visual
Tema: Livre
Projeto Bloínquês

sexta-feira, 22 de julho de 2011

"Meu querido Eu "


Estou aqui em frente a este espelho desgastado pelo tempo, mas testemunha de quase todos os momentos de minha vida. Você sabe que preciso falar com alguém, preciso desabafar e quando procuro aqueles que poderiam me ouvir não dispõem de tempo ou, quem sabe, não estão com paciência para me ouvir.

Sempre fui uma mulher que pensa mais com o coração do que com a razão. Sempre fui romântica demais, aquela super esposa, aquela super mãe. Incansável em minhas tarefas, conciliando as minhas atividades profissionais as do lar e que como dona de casa fazendo o suficientemente necessário.

Este ano lutei com todas as forças para superar a tristeza, o vazio que senti com a partida do meu único filho. Natural, inevitável e esperado. Filhos são esperados, desejados, amados e quando percebemos estão prontos a seguir suas próprias vidas, a construir sua própria família. O meu coração parecia que ia explodir de tanta aflição, mas o mundo o chamou e sei que ele tem que deixar sua marca nos caminhos que escolher da mesma forma que assim o fiz.
Agora está tudo bem, já assimilei essa fase e ocupei esse espaço com outras coisas.

Sabes que sou simplesmente uma mulher onde tenho momentos de uma grande fragilidade, momentos de uma fortaleza que removo montanhas em defesa daqueles a quem amo. Passo por fases que me sinto no abandono onde junto sentimentos de tristeza, solidão que o coração até chora, mas ajuda a achar forças para continuar essa minha caminhada pela vida.

Tem dias que acordo cheia de alegria que meu coração explode de felicidade, enfim, sou simplesmente uma mulher sempre na busca de novas realizações, de novos sonhos.

Hoje sou uma blogueira e como gosto, como me faz bem a alma. É um mundo cheio de sentimentos onde conheço pessoas lindas e maravilhosas, passeio por lugares diferentes e cada dia tem uma novidade. Uma forma que me completa é escrever, interagir com esse mundo virtual e buscar transformar em realidade todos os meus sonhos.
Confesso que até quando fico me admirando neste espelho me sinto até mais jovem. Aquele rosto cansado, abatido, amargurado já não está mais presente e sua imagem foi apagada sem eu perceber.

Acho que já falei demais e agora vou deixar você descansar minha amiga inseparável. Sei que sempre que precisar você estará aí pronta para me escutar.

Despeço-me com todo o amor e carinho que tenho por mim.


RSantos

78ª Edição Visual
Projeto Bloíquês

sexta-feira, 8 de julho de 2011

" Assistindo de camarote "


Todos que transitavam pela rua olhavam para cima curiosos em saber o que estava acontecendo. 

Em frente a um dos prédios mais altos da cidade estava um aglomerado de carros e trailers com pessoas correndo para todos os lados. Depois de muito perguntar fiquei sabendo que estavam gravando a cena de um filme.

Corri para casa para tentar ver pela janela todos os detalhes. Assim que cheguei fui logo pegando o binóculo que me deixou de frente para o espetáculo. Podia ver toda a equipe em operação.

No terraço do edifício estava uma jovem morena de cabelos longos e com os traços parecidos com a atriz protagonista. Ela atuaria como duble pulando daquela altura interpretando o suicido que fecharia o trágico fim de sua personagem.

A artista principal representa uma psicopata que após ter descoberto que seu companheiro a tinha abandonado fica transtornada. Totalmente fora de si ela entra em desespero quebrando tudo dentro de casa e correndo pelas escadas chega até o terraço onde põe um fim a sua vida.

O diretor acompanha todos os movimentos da jovem duble que vai ser amparada por uma cama elástica que já está posicionada bem na direção calculada para a sua queda. A rua ficou intransitável com uma multidão de espectadores aguardando o grande espetáculo. A jovem se preparava para o grande salto e todos estavam esperando por ela lá embaixo.

Quando a cena termina todos aplaudem a jovem artista que por trás dos bastidores arrisca a própria vida. O diretor observa a filmagem e por não ter ficado do seu agrado pede para voltar e regravar.

Nunca tinha assistido uma gravação e hoje tive a felicidade de assistir de camarote. Agora posso dizer que não é fácil a vida desse pessoal tendo que ficar horas e horas num vai e vem, gravando e regrando quantas vezes forem necessárias para no final sair uma única cena.

RSantos

76ª Edição Visual
74ª Edição Conto/ História
Projeto Bloínquês

sexta-feira, 1 de julho de 2011

" Uma espera em vão "


Neide vestira seu melhor vestido, preparara um requintado jantar a luz de velas para receber seu convidado especial.

Fred era muito especial, o homem que tomara conta de seu coração, deixando-a para ir trabalhar em Houston. Depois de tantos anos estava de volta  definitivamente a sua terra natal o que a deixou muito feliz.

Logo que pode ele a procurou e saíram algumas vezes matando as saudades da paixão que tinham um pelo outro. Foi envolvido nesse clima que Neide o convidara para jantar em sua nova casa.

Morava sozinha desde que se formara em fisioterapia conseguindo sua independência pelo bom desempenho em sua profissão.

Estava tudo pronto e já passava da hora sem o convidado chegar. Olhou para o relógio um pouco impaciente, mas preferiu relaxar e dar tempo ao tempo, pois sabia que mais um pouco ele estaria tocando a porta. Pontualidade nunca fora seu ponto forte.

Recostou-se no sofá para esperá-lo e descansar o corpo da correria do dia. Os ponteiros do relógio continuavam no seu ritmo e embalada pelo seu Tic Tac acabou adormecendo.

O dia amaheceu quando Neide abriu os olhos com a claridade dos primeiros raios do Sol. Levou um susto quando se deu conta de que já era outro dia e que tinha levado um tremendo bolo. Fora uma espera em vão.

Começou a chorar de tristeza e falando tudo que lhe dava vontade. Respirou fundo e do jeito que estava foi até a cozinha, pegou o jantar que havia preparado e arrumou numa cesta.

Foi até a garagem onde estava sua bicicleta e seguiu em direção ao campo. Foi direto ao seu lugar preferido, seu esconderijo onde conseguia se recuperar, se renovar das tristezas que a vida lhe aprontava.

Apoiou a bicicleta na árvore, estendeu uma toalha sobre a grama colocando todos os quitutes que fizera sem esquecer-se da garrafa de vinho.

O dia estava lindo e Neide aproveitou para transformar aquele jantar num belo piquenique de café da manhã. Estava muito triste e magoada, mas aprendera com a vida que nada melhor do que um dia após o outro para curar uma ferida de amor.
 RSantos


73ª Edição Visual
Projeto Bloíquês

sexta-feira, 24 de junho de 2011

" OS MEUS MEDOS "


De repente tudo ficou escuro e os relâmpagos anunciavam a chegada de um temporal. As grossas gotas de chuva começaram a pingar no pára-brisa e a minha frente o asfalto refletia a luz dos faróis do carro.

Com o painel todo aceso e o rádio desligado dava para ouvir o som da chuva, o barulho dos pneus passando sobre a pista molhada. Quando via o clarão de um relâmpago me encolhia toda. Tinha que me controlar para não deixar que o Ivan percebesse o meu medo.

Aproveitamos o feriado para ir até a nossa casa em Saquarema. Desde o verão que estava entregue aos caseiros e muitas coisas precisavam ser feitas na casa. Espero que esse temporal seja passageiro para  ser proveitosa a nossa ida.

Ainda faltava muito para chegar e a chuva aumentou ainda mais. A visão estava cada vez pior fazendo com que ele diminuísse a velocidade. Ivan estava atento no retrovisor, pois algum maluco poderia aparecer correndo atrás de nós e sujeito a acontecer uma tragédia.

Seguimos viagem com a maior atenção, mas de repente o carro caiu num buraco. Levei um susto e do jeito que sou escandalosa comecei a berrar. Só me calei quando escutei o Ivan dizer:
- Olga, faça o favor de não fazer escândalo. Preciso de muito calma porque acho que o pneu estourou. Vou ter que encostar aqui mesmo e esperar que a chuva diminua um pouco.

Ele parou o carro e saiu para colocar o triângulo e tentar sinalizar o local. Fiquei sozinha no carro morrendo de medo. Meu corpo começou a tremer sem controle.

Já tinha passado por um arrastão na serra com mais de dez bandidos assaltando todos os carros e deixando a gente sentada no meio fio. Tinha sido acometida pela síndrome do pânico e, mesmo depois tanta terapia, ainda vivia as tensões causadas pelo medo. Sabia que poderia me controlar e rezava para que tudo se resolvesse o mais rápido possível.

Estava olhando o Ivan pegando uns galhos para prender o triângulo quando vi um par de olhos amarelos bem na minha frente. Fiquei apavorada imaginando ser um lobo, um tigre eu sei lá o que, mas não era nada disso. Eram simplesmente os faróis de um carro que estava estacionado mais a frente.

Um homem alto e bem forte saiu do carro e caminhou em direção ao Ivan e ficaram conversando por algum tempo. Estava aflita e o que mais queria era chegar a Saquarema ou até mesmo voltar para casa e ficar na minha cama quentinha.

Depois de um tempo o Ivan entrou no carro rindo o que me fez ficar curiosa.
- Poxa me conta porque estás rindo e quando é que vamos sair daqui. Fui dizendo sem respirar.
- Daqui a meia hora vamos pegar a estrada novamente. Para nossa sorte o amigo aqui na frente está sem gasolina, mas tem um estepe. Então é só um ajudar o outro que os carros estarão prontos para seguirem viagem. Falou todo satisfeito.

Escutei tudo sentindo uma sensação de alívio. Fiquei mais tranqüila em saber que eles estavam indo para Saquarema também e, que o resto da viagem, não seguiria só.

A chuva continuava forte, mas o meu coração batia suavemente de tanta felicidade por estar tudo bem. O feriado prometia ser bem agitado, mas para mim estava servindo de uma grande terapia e tinha a certeza que aos poucos dominaria os meus medos.

RSantos

74ª Edição Visual
71ª Edição Conto / História
Tema: De repente tudo ficou escuro
Projeto Bloínquês

sexta-feira, 17 de junho de 2011

" Aquele Baile seria a sua chance "

Depois de uma semana exaustiva, Daniele o que mais precisava era de um bom descanso, mas isso não seria possível porque à noite teria que ir com seu marido a um Baile promovido pelos patrocinadores de seu projeto no Centro Pesquisas Ambientais.

Vinícius era Naturalista e chefe de pesquisas da Fundação Nacional de Meio Ambiente. Sua presença se tornava imprescindível para manter o bom relacionamento com os empresários.

Da mesma forma que ele a incentivava em seu trabalho como Analista de marketing ela retribuía não só o apoiando, mas sendo uma esposa dedicada e que muito o amava.

Separou um de seus melhores vestidos e como era um Baile de Máscaras teve o cuidado de escolher algo discreto e que pudesse retirar com facilidade. Aquele Baile seria a sua chance.

Passou o tempo todo dançando e conversando com os convidados. Com toda sua elegância e beleza conquistava a simpatia de todos.

Apesar de transparecer a todos a sua alegria a sua cabeça estava a mil. Tinha sido escolhida para representar a empresa em uma Convenção de Marketing em Nova York e sua viagem estava marcada para daqui a dois dias. Isso tudo ocorreu muito rápido porque o colega que iria pediu demissão para ocupar um cargo público.

Ela precisava inventar uma desculpa para aquela viagem precipitada porque o Vinícius não iria entender e talvez a impedisse de ir. Para ela era uma oportunidade única e não deixaria de ir mesmo que isso abalasse o seu casamento.

O Baile estava animado e a pista de dança lotada onde todos dançavam alegres e felizes e entre um passo e outro Daniele planejava o que iria dizer para o seu marido.

Já estava amanhecendo quando chegaram a casa e cansados acabaram pegando no sono só acordando no final da tarde de domingo. Daniele acordou em sobressalto preocupada que só tinha mais um dia para avisar ao marido e arrumar as suas coisas para a viagem.

Vinícius ainda dormia e Daniele aproveitou para separar o que levaria e começar a arrumar a mala. Estava distraída quando o marido entrou no closet e perguntou o que era aquele preparativo todo e o porquê da mala.

Como se tivesse decorado tudo que iria dizer começou a falar sem parar e para sua surpresa ele começou a rir e a abraçou. Com esse gesto do marido nada mais precisou ser dito, pois tinha a certeza que, melhor do que ninguém, ele a entendia e completava. Era o amor de sua vida e jamais poderia duvidar disso.


RSantos


73ª Edição Visual
71ª Edição Conto / História
Projeto Bloínquês

sábado, 11 de junho de 2011

" Vamos festejar o aniversário do blog Coisinhas da Chica "


Num dia tão especial,
Só mesmo em forma de poesia
Eu poderia expressar a minha felicidade
Por tê-la como amiga.

Mesmo que palavras não consigam
Demonstrar o meu carinho por você,
Gostaria de dedicar hoje e  sempre
Toda minha admiração
Todo o meu afeto
Todo o meu amor
Daqui do coração.
 
Que neste dia de festa,
Você sinta o sabor de uma grande,
Verdadeira e eterna amizade.

Feliz Aniversário
2 anos


sexta-feira, 20 de maio de 2011

" Menina Travessa "



Menina travessa não é boa aluna
Sua mãe colocou de castigo
Para se concentrar no estudo
E Ficar mais aplicada.

Menina travessa pula a janela
Deixando os estudos de lado
Para brincar com sua turma
Que está lá fora esperando.

Menina travessa leva bronca
Por sua mãe desobedecer
E se não melhorar avisa
Para o ano o internato ela vai ter.

Rene Santos



Imagem retirada da NET

sexta-feira, 13 de maio de 2011

" Uma mudança para melhor"


A estação do metrô em dia de domingo ficava praticamente vazia. Estava indo me encontrar com alguns amigos na Zona Sul e nada de aparecer nem que fosse um vagão.

Olhando mais a frente vi uma jovem bonita, elegante e com uma postura de princesa. Com os cabelos presos, usando um vestido preto, carregando em suas mãos , além de uma bolsa, o que me parecia uma chapeleira.

O seu rosto não me era estranho e fiquei ali pensando se não seria uma modelo que tivesse pousado para alguma capa de revista ou alguém que tivesse conhecido em algum dos muitos lugares que freqüentava. O tempo foi passando e não conseguia descobrir de onde a conhecia.

Ela continuava imóvel, na mesma posição, olhando para o vazio e com um semblante muito sério e pensativo. De repente ela virou seu rosto em minha direção e pude ver que realmente a conhecia. Era a Ivete que foi minha vizinha na época da adolescência. Nossos pais eram muito amigos e quantas vezes saímos todos juntos para almoçar fora. Apesar de termos a mesma idade e sermos vizinhos vivíamos mundos opostos. Ela tinha seu grupo de amigos e eu os meus. Um tempo depois meus pais compraram um apartamento em outro bairro e com essa mudança nunca mais tive notícias dela.

Fiquei sabendo que ela fora estudar em Paris e como voltara tão diferente do que era. De uma jovem sardenta, usando aparelho nos dentes, sem muitos atrativos e muito franzina para a bela mulher que hoje me chamava atenção era uma mudança radical. Como deve ter sido boa a estadia dela em Paris.

Os dias passam, as pessoas mudam e como é bom saber que é para melhor. Com o barulho do metrô chegando nossos olhares se encontraram e nos aproximando um do outro. Ela abriu um sorriso me reconhecendo e foi assim que nos reencontramos.

Sentia uma sensação estranha, uma atração tão forte que não deixaria que nossas vidas seguissem caminhos opostos desta vez. Já imaginava que muito em breve estaríamos caminhando pela mesma estrada e quem sabe rumo a um final feliz.

RSantos
68a. Edição Musical
Pauta Bloínquês

sábado, 30 de abril de 2011

" A VIAGEM DA LIBERDADE "



Louca de felicidade e super ansiosa lá estava eu no avião absorta na leitura de um livro, pois doze horas de viagem é tempo demais para ficar sem fazer nada.

Quem diria que estaria agora ali sentada , com meu pés apoiados na traseira do assento da frente na cadeira que dava para o corredor. Mesmo não tendo conseguido vaga no assento da janela eu estava com sorte de não estar do lado dos assentos triplos.

Em poucas horas estaria chegando à Califórnia onde iria morar por três anos. Estava um pouco insegura, mas nunca deixaria de aceitar a vaga que surgira para trabalhar na sede de Los Angeles. Como Analista de Produção na área de Engenharia essa oportunidade me daria não só um crescimento profissional como amadurecimento pessoal.

Consegui finalmente dar o meu grito de liberdade saindo da casa dos meus pais e largando essa dependência que me deixava com os braços atados.
Agora estaria morando sozinha e cuidando da minha vida, sendo responsável pelos meus atos. Seriam três anos onde muita coisa poderia acontecer. Conheceria novas pessoas com costumes e culturas diferentes, mas que me faria muito bem.

Passei uma semana cheia de coisas para fazer, para arrumar, bagagem para despachar, mas agora estava me sentindo tranqüila, feliz, curtindo uma história envolvente e o que mais queria naquele momento era só relaxar.


RSantos

12ª Edição Visual
18ª. Edição C & F
Projeto Creativité
Imagem Projeto

sábado, 23 de abril de 2011

"Ao meu amigo Chocolate "


Quem vos escreve é uma pessoa que o admira muito e que ficou muito feliz em tê-lo como seu amigo secreto nesta Páscoa.

Sua maestria com os pincéis transforma tudo que pintas em obras de arte. Tens o dom de achar o ângulo certo e não perdes a linha traçada em qualquer que seja a tua tela.

Comecei a imaginar como seria maravilhoso que pudesse te dar um ovo de páscoa personalizado. Que conseguisse ter este teu dom artístico e pintar a minha imagem em sua embalagem que ao vê-la sentisse pena de saborear o chocolate só para não ter que estragar a beleza que ali foi pintada.

Claro que isso foi só um sonho passageiro e até um pouco sem sentido porque mesmo que estragasse a pintura poderias refazê-la quantas vezes o quisesse.

Sei que estás aí a quebrar a cabeça de quem poderia ser esta que te escreve um pouco sem sentindo. Gostaria que olhasses bem para as tuas telas e quem sabe em uma delas eu poderia estar. Será que não fui ou sou uma de suas modelos?

Para acabar com esse Blá-blá-blá e com a sua curiosidade vou logo responder a pergunta que fiz. Claro que sou a sua modelo preferida, uma mulher apaixonada pelo artista e pelo homem que és.

Espero que aprecies o chocolote que te enviei e que possa chegar a tempo de saboreá-lo junto contigo.

Um beijo desta sua modelo que o ama muito

Bia


RSantos
17a. Edição Remetente
Tema:  Amigo Chocolate
17a. Edição De-sa-fio
Tema: Blá-blá-blá 
Pauta projeto Creativité


Imagem da Net